A pintura na América, mais precisamente na América do Sul, foi muito influenciada pelos movimentos artísticos europeus. A causa disso é simples: vários pintores ou iam estudar na Europa ou tinham contato com algum trabalho europeu.
Por volta de 1893, surgiu o Simbolismo. Esse movimento procura resgatar o interior humano, os sonhos, a subjetividade, já que isso havia sido excluído dos planos do Parnasianismo, Naturalismo e Realismo. É mais valorizada a alma do indivíduo, as suas vontades e anseios. As obras são plurissignificativas, dando ao apreciador a liberdade de interpretar de acordo com seu psicológico e experiências.
Um exemplo de obra simbolista, feita em 1990, mas com esse caráter, é o filme Sonhos, de Akira Kurosawa com a parceria de Steven Spielberg. Apesar de ser uma obra atual, e não ser um quadro, esse apresenta características que remetem aquela época e nos presenteia com “quadros” como estes:
Como a arte se manifesta como um reflexo do que acontece no mundo, a pintura também fez sua parte. Numa época de revoluções e mudanças, início do século XX, as mentes, os ideais e pontos de vista começaram a ser mais valorizados, pois vários países estavam já se estruturando como nações e, com isso, a perspectiva de vida começa a ser alterada, as pessoas vêem a realidade de um novo jeito. É nesse contexto que surge o cubismo. Com suas pinturas retratadas com figuras geométricas de uma forma que podemos ter várias visões sobre um mesmo quadro. Uma dos principais pintores do cubismo é Tarsila do Amaral, que também participou do Modernismo.
Acontecendo simultaneamente, outras vanguardas influenciavam o pensamento e a visão dos cidadãos. O Futurismo é uma delas. Com o objetivo de ligar o sentimento humano às máquinas que estavam surgindo naquele tempo, essa vanguarda, apresenta características bem peculiares. Pois, ao se ver diante de toda a tecnologia, os adeptos a esse movimento ficam tão fascinados que dizem que é preciso esquecer o passado, fechar os museus e queimar livros de história ou que remetam ao passado. É possível ver, nas manifestações artísticas desse período, o uso da velocidade e a vontade do homem de ser “perfeito” como elas.
O Expressionismo tem por objetivo expressar o interior humano, criando obras com rostos deformados, como caricaturas. Ele busca a arte do interior, como no simbolismo, mas, em quadros como “O Grito” de Edvard Munch, pode-se perceber que, mesmo não sendo tão nítido, a coisa que se ver melhor é a andrógena e que, mesmo gritando, não há indícios de que outras pessoas estejam percebendo essa angústia. Isso diz o que o Expressionismo relata, é a interiorização da arte.
Aqui no Brasil, Anita Malfatti foi muito influenciada por ele, pois, ao se matricular na Escola de Belas Arte de Berlim, se encantou com esse estilo de pintura e o trouxe, realizando a sua primeira exposição em 1914, com apenas 18 anos.
Apesar de ter surgido na Alemanha, esse movimento, com a ascensão de Hitler ao poder, acabou sendo rejeitado, pois por retratar quase caricaturas, foi julgado inadequado para a soberania da etnia alemã.
Até agora, nos deparamos com movimentos que, apesar de muitas vezes se mostrarem confusos, fazem sentido se juntarmos o contexto histórico a qualquer obra artística de determinado período. Mas, em fevereiro de 1916 surge o Dadaísmo, um movimento que, segundo aos seus adeptos, não significa nada... se tratando de nome.
Esse movimento se apresenta ilógico, anti-imperialista, antiburguês e de caráter anárquico, além de rejeitar os padrões de como se fazer arte – como pode ser claramente visto no nome: Escola de Belas Artes. As pinturas desse período não apresentam um significado muito consistente. Exemplo:
Parade amoureuse, Francis Picabia.
Derivado do Dadaísmo, surge o Surrealismo. “O crítico Dawn Ades afirma que: “o Surrealismo nasceu de um desejo de ação positiva, de começar a reconstruir a partir das ruínas do Dadá, Pois, ao negar tudo, o Dadá tinha que terminar negando a si mesmo (“O verdadeiro dadaísta é contra o Dadá”), e osso levou a um círculo vicioso que era preciso romper”.In: Conceitos de arte moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
Essa vanguarda, que por sinal é a última, teve influência das idéias de Sigmund Freud, que criou várias teorias usadas em psicologia e o conceito de inconsciente. Essa é uma das razões que podem explicar as características do movimento Surrealista. Ele explora a idéia de inconsciente, de sonho. É o aperfeiçoamento do Dadaísmo, pois continua muito subjetivo, porém já faz algum sentido.
Como se fosse um capítulo à parte, uma nova era, será falada a Semana de arte Moderna. Antecederam esse acontecimento muito importante na arte brasileira, que é a mais predominante da América do Sul, pelo menos em termos de fontes disponíveis, várias revoltas causadas pela insatisfação do povo sobre a monarquia. Nesse meio tempo entre revoltas e revoltas, já começaram a ser publicadas obras interessantes, criticas, como charges e artigos de jornais. Em 1922, nos dias 13, 15 e 17, no Teatro Municipal de São Paulo, foi realizada um exposição que visava expor novas idéias, conceitos e artistas, assim como a passagem das vanguardas para o modernismo. Foi incluído nessa exposição vários tipos de arte, como, pintura, música, escultura, poesia e literatura.
Na parte de pintura, a jovem Anita Malfatti, foi quem mais chamou a atenção, seus quadros impressionaram até Monteiro Lobato. Além dela outros pintores, como Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Vicente do Rego Monteiro, também participaram ativamente da Semana de 22 – como também é chamada. Essa data foi escolhida por um fator muito importante: era comemorado o centenário da independência do Brasil, que, por ter sido exclusivamente político, iria dar a Semana De Arte Moderna um significado de independência cultural.
Como já foi citado, o Brasil nunca mais foi o mesmo depois dessa semana. Entre 1922 e 1930, o país passava por conflitos internos, como revoluções e a crise a Quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Além da ameaça da queda da oligarquia com a instituição da república. Isso gerou um ambiente de tensão. Mário de Andrade relata esse período: “Mil novecentos e trinta...Tudo estourava, políticas, famílias, casais de artistas, estéticas, amizades profundas. O sentido destrutivo e festeiro do movimento modernista já não tinha mais razão de ser, cumprido o seu destino legítimo. Na rua, o povo amotinado gritava: - Getúlio! Getúlio!...”.
Esse “caos” gerou também uma movimentação no mundo da arte, que, de maneira alguma, é separado do mundo real. Vários manifestos surgiram como foguetes buscando identidade nacional. Um se contrapunha ao outro, como O Verde-amarelismo se contrapunha ao Manifesto da Poesia Pau Brasil. Os adeptos do Verde-amarelismo acusaram os integrantes do Pau Brasil, Tarsila do Amaral, Osvald de Andrade entre outros, de “nacionalistas afrancesados”, por conta da origem desse movimento, que aconteceu quando Oswald de Andrade visitava um atelier na França.
Além desses dois, também ocorreu o Movimento Antropofágico, que criticava autores. A pintura está presente nesses movimentos através dos pintores e pintoras que aderiram a eles.
Nesse meio todo, a principal pintora foi Tarsila do Amaral, que fez um viagem a Europa e mudou de cubista para modernista pintando quadros como Abaporu e Operários.
Esse segundo quadro faz parte de outra fase na história do Brasil, uma fase de guerras e definições políticas. Tarsila do Amaral se inspirou no drama dos trabalhadores da República Soviética para pintar a tela acima.
Também nessa mesma fase, novos nomes surgiram, como Ismael Neri e Alberto da Veiga Guignard. Esse segundo retrata o povo brasileiro.
É importante ressaltar, que também neste período, de 1930 a 1945, um assunto bastante explorado foi o nordeste no que se trata dos retirantes. Vários quadros impressionantes foram feitos sobre esse tema. Fugindo um pouco do tema central, pintura, é possível identificar influências desse período até hoje, na teledramartugia, como aconteceu em Senhora do Destino. Essa novela foi baseada na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, publicada em 1938.
Depois desse período, ou seja, de 1945, a arte foi ficando mais moderna, em conseqüência dos novos problemas surgidos. O engajamento político e a necessidade de obras modernas foram mudando a arte. Um grande advento que ativou as expressões artísticas foi a Ditadura Militar. Nesse período, apesar de reprimendas, os artistas, criticavam esse regime. Muitos deles, principalmente escritores, foram exilados. Uma obra que é sobre o tema aqui abordado foi uma colagem feita para identificar alguns policiais do massacre de 1968, de Rubens Guerchman.
Nos anos que se seguiram a arte começou a ganhar novas formas. Quase como um Dadaísmo. As telas eram e ainda são produzidas com curvas, pingos, figuras geométricas e desenhos modernos. (Três semanas, Maria Tomasseli).
Atualmente, a pintura ganhou um novo estilo muito presente e acessível: o grafite. É muito realizado em comunidades carentes e tem tido um papel social muito importante, pois através dessa arte, muitos jovens estão largando as ruas e a criminalidade. Um projeto existente no DF é o Picasso não Pichava, que atual em áreas de baixa renda.
Fontes:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=46072&cat=Artigos
De Nicola, José. Português, Ensino Médio, volume 3.
Apostila do PAS, Editora Exato.
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